segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Improviso com voz e instrumentos

A seqüência de atividades mostra uma nova maneira de exprimir sentimentos

Paola Gentile (pagentile@fvc.org.br)

Os pequenos compositores e seus instrumentos: música para a chuva. Foto:Alexandre Battibugli
Os pequenos compositores e seus  instrumentos: música para a chuva.  Foto: Alexandre Battibugli
Escutar músicas, cantar e tocar são atividades quase diárias para as crianças que freqüentam a Escola HeiSei Ensino Bi-Cultural, de São Paulo. Mas elas não parampor aí: a professora e educadora musical Kenia Muraoka aproveita as mais diversas oportunidades para incentivar a molecada a compor. O que parece ser uma atividade complicada até para adultos vira uma curtição para a turminha de 6 e 7 anos, em fase de alfabetização, que dessa forma aprende os elementos da linguagem musical.

O gosto pela música aumenta e o aprendizado dessa linguagem se consolida quando há, além da escuta atenta, a experimentação, na qual instrumentos e voz são usados para inventar frases musicais. A atividade de composição deve vir depois de outras que permitam à garotada explorar as características do som (altura, duração, intensidade e timbre). Dessa forma, as crianças mostram o que aprenderam, sem a imposição de uma melodia predefinida. P.G.

Sequência de atividades


1. APURANDO A ESCUTA

Antes de compor, é preciso conhecer particularidades da linguagem musical. O ouvido precisa ser treinado para uma audição atenta, num trabalho longo. Duas ou três vezes, Kenia reproduz uma música de que todos gostam, na íntegra. Depois, toca em um instrumento trecho por trecho para a turma ouvir, cantar, interpretar e reparar nas pausas e quando o som é mais ou menos forte, grave ou agudo, longo ou curto.

2. ESCOLHA DO TEMA

Qualquer situação do dia-a-dia pode servir de inspiração. Uma turma de 3 anos de Kenia escolheu compor uma música para a girafa, enquanto estudava os grandes animais que vivem na floresta. A de 6 anos criou uma composição sobre a chuva, já que cada um construiu um pau-de-chuva.

3. LETRA E MÚSICA REGISTRADAS

Na hora de compor, uma criança toma a iniciativa de cantarolar os versos. Com os instrumentos, outros vão criando a letra junto com o ritmo e a melodia. Kenia anota as frases e só interfere para sugerir ajustes na métrica. Composição pronta, o coro é gravado. A anotação e a gravação permitem executar a canção muitas vezes.

4. GRAFIA MUSICAL 

A partir dos 4 anos, já é possível registrar a música com elementos gráficos. Kenia marca, acima dos versos, traços indicando a variação de frequência (linha ascendente, quando o som vai do grave para o agudo, e descendente, quando acontece o contrário); de duração (linhas longas ou curtas); e de intensidade (marcações fortes ou fracas). Depois, as crianças escolhem os instrumentos para acompanhar a cantoria.
Outra proposta

PAISAGEM SONORA 


Uma maneira divertida de aguçar a sensibilidade auditiva das crianças é estimular o reconhecimento de sons em alguns ambientes. Coloque um anteparo e "toque" um molho de chaves, um copo de vidro e outro de plástico, moedas etc. Pergunte como elas identificaram os sons. Convide-as também a nomear os sons ouvidos nos vários ambientes da escola em horários diferentes (no refeitório na hora da merenda e no horário de aula; no pátio na hora do recreio e quando estão todos nas classes etc.). Sugira que as crianças os representem em forma de texto descritivo ou com onomatopéias. 
CONSULTORIA: MÔNICA MACIEL, COORDENADORA DO PROJETO TIM MÚSICA NAS ESCOLAS, DE SÃO PAULO

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